Depressão pós-parto

Melancolia, vontade de chorar, mudanças repentinas de humor, insegurança, desânimo, baixa autoestima... Difícil imaginar que esses sentimentos possam estar misturados à alegria de dar à luz um bebê saudável e esperado com tanto amor.

Estranho, mas perfeitamente natural. Essa névoa de tristeza é tão comum que tem até nome: blues post partum ou baby blues. O fenómeno pode ser explicado pela queda abrupta dos hormônios, da saudade de ter o bebê na barriga e das mudanças que a chegada da criança representam na vida da mãe.


SINAIS DE DEPRESSÃO PÓS-PARTO

As chances de o baby blues evoluir para a depressão pós-parto (DPP) são mínimas, no entanto, a DPP costuma se manifestar em cerca de 10% das mulheres entre a sexta e oitava semana após o nascimento do bebê e se estender por até dois anos.

Assim como o blues, a depressão também pode surgir em função das alterações hormonais e ser impulsionada pelo estado emocional da mãe. Mas alguns factores de risco podem favorecer o desenvolvimento do quadro depressivo: histórico de depressão antes ou durante a gravidez, dificuldades na gestação, perda ou ausência de pessoas importantes, desarmonia conjugal, medo ou falta de desejo de ser mãe e carência social ou afectiva.

Normalmente é necessário o apoio psicológico, mas, em alguns casos, recomenda-se a utilização de medicamentos. Nunca é demais lembrar que a mãe não é culpada pelo quadro depressivo, embora possa se ajudar bastante – tanto para prevenir quanto para superar mais rápido.

A realidade é muito diferente daqueles anúncios em que a mulher aparece segura, sorridente, sem conflitos e com um recém-nascido no colo. Portanto, não se culpe. Esse momento de sentimentos confusos e de inseguranças vai passar.